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Como no livro O Despertar dos Deuses eu também falo bastante sobre a Atlântida, venho por meio deste post colocar algumas informações sobre a Lenda Celta do fim desta Civilização. É uma alerta para a nossa Civilização!!!


ANTIGA LENDA CELTA: 
A DESTRUIÇÃO DE ATLÂNTIDA - 01
“Era uma vez um rei chamado Gradlon, nome que significa ‘cheio de graça divina’, e ele governava a região d...e Cornouaille, na Bretanha hoje francesa. Um dia - muitos séculos atrás - ele planejou uma expedição militar até Lech’lenn, atual Escandinávia, com o objetivo de conquistar novos territórios.”
Assim começa uma velha lenda do povo celta que narra simbolicamente a destruição de Atlântida e traz uma reflexão oportuna nesta primeira metade do século 21. Cabe perguntar por que nenhuma civilização pode prosseguir depois que seu sistema de ética se desintegra. Quais as lições que podemos retirar, hoje, da “lendária” destruição de Atlântida? Quais as causas internas da crise da nossa civilização, e como evitar maiores desastres?
“O rei Gradlon preparou três navios de guerra e viajou para o norte no comando da sua frota. Chegando a Lech’lenn, os navios foram ancorados. O rei e seus homens podiam ver um castelo magnífico situado no alto de uma montanha. ‘Temos de conquistar este castelo’, disse o rei a seus guerreiros, e deu ordem de ataque. Mas, uma após a outra, as tentativas de tomar o castelo foram inúteis. E o inverno chegou. Os soldados murmuravam. As baixas do exército eram pesadas. Não seria mais sábio voltar para a terra natal?”
Esta lenda foi objeto de estudo em Brasília nos anos 1990, durante um curso sobre sabedoria divina dado pelo teosofista francês Yves Marcel. Trata-se de um exemplo da transmissão oral de sabedoria dos povos antigos. Há numerosas versões da lenda de Gradlon. A maior parte delas foi adulterada, distorcida e adaptada aos dogmas cristãos, mas sua essência permanece.
Entre os celtas havia três castas: druidas, guerreiros e trabalhadores manuais. A casta principal era formada pelos druidas, sábios e magos encarregados de preservar o conhecimento eterno. Em uma assembleia, contou Yves Marcel, o rei só podia falar depois de receber autorização do druida. Na casta dos druidas havia, além dos druidas propriamente ditos, os bardos e os ovatos. Os ovatos eram estudiosos da teoria, e os bardos, ou poetas, tinham a missão de colocar a sabedoria eterna em forma de versos. A métrica destes poemas tinha uma rima e outras regras tão restritas que era impossível perder uma única palavra do texto. A memorização funcionava com eficácia. Assim, as lendas atravessavam os séculos, e ensinamentos do tempo da destruição de Atlântida chegaram até nós, como no caso desta lenda que estou recontando.
“Diante dos murmúrios e questionamentos dos guerreiros, o rei tomou uma decisão clara e nobre. Disse aos seus homens que eles tinham razão. ‘Voltem à Bretanha, esta é a minha ordem’, afirmou. ‘Quanto a mim, eu ficarei e atacarei o castelo sozinho. Há coisas que só um rei pode fazer, e que é preciso fazer sozinho’.”
Os guerreiros embarcaram nos três navios e começaram a viagem de volta, deixando o seu rei na terra de Lech’lenn. [1]
Certa noite, diz a lenda, Gradlon caminhava pela praia, perguntando-se como poderia entrar no castelo, quando percebeu uma presença atrás de si. Voltou-se, e lá estava, a poucos metros, aparentemente indefesa, a mulher mais bonita que ele jamais havia visto. “Quem é você?”, perguntou Gradlon.
“Meu nome é Melgven (palavra que significa ‘grande brancura’)”, respondeu ela. “Você atacou o meu castelo inutilmente. Eu o teria dado a você de boa vontade, se tivesse pedido por ele da maneira correta.”
“Por que diz isso?”, perguntou o rei.
“Porque amo você”, foi a resposta. “Quero casar com você, mas se quiser ser o marido de uma deusa, você terá de prometer nunca contradizer-me, nem questionar minhas decisões”.[2]
Num plano coletivo, Gradlon simboliza o ser humano da civilização atlante. Melgven é a sabedoria que ele busca conquistar, e que não pode ser obtida à força ou através de métodos grosseiros, e sim apenas através da “maneira correta”, isto é, por sintonia interior.
Gradlon fez a promessa e casou com Melgven. Votos religiosos, promessas, juramentos estão presentes em todas as civilizações e culturas. O rei Gradlon jurou servir a Sabedoria - sua esposa - e nunca questionar as suas decisões. E, de fato, o casamento místico do peregrino da sabedoria com a consciência universal é tema constante das tradições esotéricas.
“Depois de alguns meses de grande felicidade, Melgven ficou grávida”, conta a lenda.
(Continuará)
(Carlos Cardoso Aveline)

  1. NOTAS DE 2017:
    [1] A coragem moral exige que se faça a coisa certa, sem preocupação com o apoio ou não que se receberá. Na experiência iniciática, o iniciado enfrenta sozinho o desconhecido. (CCA)
    [2] A iniciação é um renascimento interior. Embora preserve sua independência fundamental, aquele que será iniciado em um novo nível de consciência não impõe condições ao iniciador. (CCA)
    000
    Uma versão preliminar inicial de “A Destruição de Atlântida” foi publicada na edição de setembro de 1996 da revista brasileira “Planeta”, da Editora Três, pp. 25 a 28.
    Imagem: Os líderes de Atlântida procuram escapar das ondas em cavalos mágicos. Pintura de Évariste-Vital Luminais.


Eu Sou
Eugênio Christi

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